O segmento varejista sempre aguardou o Natal com ansiedade. Melhor período de consumo, as festas de final de ano significam também a chance de novas contratações e incremento dos negócios. Em 2008 não deve ser diferente, apesar da incerteza econômico-financeira que rodeia o setor produtivo e os lares brasileiros. Analistas têm afirmado que os estoques para o Natal foram preparados antes de a crise internacional vir à tona, por isso o comércio não irá sentir tanto seus efeitos neste fim de ano.

O que deve prevalecer no Natal de 2008 é uma mudança de comportamento do consumidor que, temeroso com as contas para o próximo ano e a possibilidade de desemprego, vai optar por pagar as compras à vista. E o empresário deve se preparar para este momento.

Com dinheiro, o consumidor fatalmente irá tentar negociar com o empresário, mas este, por sua vez, terá recursos em caixa e pode negociar com o fornecedor, “um efeito cascata que beneficia toda a cadeia e pode resultar num dos melhores Natais para o comércio”, acredita um executivo do varejo. Os ajustes do dólar deverão ser sentidos pelos lojistas somente em janeiro, portanto não serão repassados ao consumidor.

Presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Goiânia, Melchior Luiz Duarte de Abreu Filho também acredita num recuo das vendas a prazo. “A retração das compras a prazo é natural neste momento de incertezas. O consumidor está mais cauteloso, o que não significa que ele deixará de presentear no Natal como sempre fez. O empresário precisa ficar atento para não perder as oportunidades”.

Alguns segmentos, que dependem da variação do dólar para negociar com fornecedores, vão passar por mais aperto. Outros, entretanto, apostam até mesmo em crescimento em relação ao mesmo período de 2007. Diante do cenário econômico, é impossível prever o que virá, mas é certo que é melhor se prevenir para fazer bons negócios. Afinal, esta sempre foi a vocação do Natal.


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OPORTUNIDADE EM TEMPO DE ADVERSIDADE

Este ano, desde meados de outubro as lojas estão voltadas para o Natal. A crise financeira internacional pode ter influenciado os lojistas a estimularem as compras natalinas precocemente temendo dias negros na economia brasileira. É certo que as micros e pequenas empresas, em especial, já sofrem com a escassez de crédito para capital de giro e temem queda nas vendas de Natal. Analistas econômicos, entretanto, têm afirmado a todo o momento, que os estoques do varejo para o Natal foram planejados antes do estouro da bolha e dificilmente o reflexo será negativo neste fim de ano no comércio.

Se voltarmos a atenção para alguns segmentos, podemos observar que na verdade está havendo investimentos e apostas, como abertura de novas lojas, expansões nos shoppings e incremento de novos produtos. Isso significa acreditar nas possibilidades que também os momentos de crise oferecem. O Brasil, como todos sabem, não está livre do problema financeiro, mas também é verdade que está vivendo dias melhores em sua economia, daí a crença de que será possível superar as adversidades.

Diretor da rede Boticário na região metropolitana de Goiânia e vice-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas, Divino José Dias afirma que nada do que foi planejado para este final de ano pela empresa foi mudado. Segundo ele, apesar de ter percebido uma queda grande nas vendas em outubro, ainda vai fechar o ano com crescimento em relação a 2007.

Proprietário da rede Bulk, de confecções, que tem matriz no bairro de Campinas, o também diretor da CDL, Antônio Meneghelo, lembra que também enfrenta dificuldades, mas acredita que até o final do primeiro semestre de 2009 tudo voltará ao normal. “Não vejo tanto pessimismo por causa das medidas de injeção de recursos adotadas pelo governo”, explica.

O setor de shopping centers está otimista m Goiás com as vendas deste Natal. Reunidos em Goiânia em novembro com empresários do segmento, representantes da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) projetaram um crescimento de 12% a 15% das vendas. Em Goiás, a previsão é de que o faturamento passe de R$ 1,56 bilhão no ano passado para R$ 1,73 bilhão este ano. A mudança na legislação que voltou a liberar as promoções nos centros de compras com sorteio de brindes é uma das razões do otimismo.

A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) também está otimista. Pesquisa feita pela entidade no final de novembro mostra que 75% das empresas apostam que, em 2008, o faturamento será 10% maior ao alcançado em 2007 e 57% pretendem contratar temporários. “Como os consumidores se tornaram mais conservadores, principalmente para a compra a crédito de bens de consumo duráveis, existe a tendência de organizar festas de final de ano mais fartas. As expectativas do setor são otimistas”, explica o presidente da Abras, Sussumu Honda.

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CRÉDITO PARA O CONSUMIDOR

Uma boa notícia neste fim de ano é o lançamento, pela Caixa Econômica Federal, do Crediário Caixa Fácil. Com o programa, os consumidores terão crédito para financiar compras de móveis, eletrodomésticos, eletrônicos e material de construção.

O produto é destinado a pessoas físicas, e o valor máximo do financiamento será de R$ 10 mil por tomador, com prazo de 24 meses. As taxas são prefixadas de acordo com o mercado de cada varejista, e o pagamento será feito por meio de boleto ou débito em conta-corrente.

O crédito é concedido no ato da compra, nas lojas parceiras e, segundo a Caixa, tem o objetivo de incentivar a demanda por bens de consumo e expandir o volume de concessão de crédito.

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NATUREZA E RECICLAGEM

A Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma) também entrou no clima natalino e montou guirlandas, estrelas, árvores de natal e anjos, com elementos naturais e materiais de reaproveitamento. Além da sede do órgão, os objetos vão decorar o Paço Municipal e as sedes de alguns parques, como o Flamboyant, Vaca Brava, Areião, Bosque dos Buritis, Zoológico, entre outros.

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DÓLAR INFLUENCIA ELETRO-ELETRÔNICOS

Um dos setores que certamente estará desaquecido neste Natal é o de tecnologia da informação por causa da alta do dólar. Embora fabricantes no Brasil tenham percebido que há demanda de eletrônicos de consumo, em especial PC’s, está difícil de negociar com fornecedores de componentes por causa da instabilidade do dólar. Portanto, tudo indica que haverá menos produção de eletrônicos e risco de faltar PC’s no Natal.

Katsume Fujioka, um dos diretores do grupo Fujioka, que atua em Goiás e no Distrito Federal, confirma a possibilidade de faltar produtos de informática no Natal. “Como a maioria dos produtos é importada, os lojistas estão aguardando o dólar abaixar, com isso as alfândegas estão lotadas”. Katsume acredita que a queda nas vendas pode chegar a 60%.

Apesar deste quadro, fabricantes apostam que o Brasil passará a ocupar o posto de terceiro maior mercado de PC’s do mundo. Hoje está atrás apenas dos Estados Unidos, China e Japão. Uma das apostas é o processador de alto desempenho já anunciado pelos principais fabricantes. O da Intel, o Core i7, chega ao Brasil neste dezembro.

Apesar deste cenário para o setor de eletrônicos, analistas acreditam que será o Natal das TV’s de LCD, de alta definição, acima de 30 polegadas, que evoluíram em tecnologia e preço, e dos notebooks. O lojista que tiver esses produtos no estoque pode se dar bem porque ainda há crédito para o consumidor.

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SHOPPINGS APOSTAM NA DECORAÇÃO



Shopping Flamboyant

Usando cores tradicionais, o tema Natal em Família foi desenvolvido para atrair a criançada. Papai Noel recebe cartinhas e tira fotos e as crianças conferem a decoração dando volta de trenzinho. Para o período, o shopping estima crescimento de 10% nas vendas em relação a 2007.

Shopping Bougainville

A decoração tradicional visa resgatar o encantamento do Natal. Na praça de alimentação há um espaço lúdico com bonecos, casinhas, trenzinho e o Papai Noel. O shopping espera que o fluxo de pessoas dobre em relação ao mesmo período de 2007, com crescimento de vendas em torno de 20% .

Buriti Shopping

Com o tema Natal Musical, o shopping apresenta uma orquestra de Papais Noéis animatrônicos e sonorizados interpretando músicas natalinas. O centro de compras, que acabou de passar por mais uma expansão, espera um crescimento de 30% nas vendas e 40% no fluxo de pessoas em relação a 2007.

Goiânia Shopping

O shopping traz duas ações: a decoração O Contador de Histórias com uma sala onde as crianças ouvem histórias de Natal contadas por um Papai Noel animatrônico; e o Natal Mágico que irá premiar os consumidores que acumularem compras acima de R$ 250,00 com O Livro dos Manuais, escrito por Paulo Coelho exclusivamente para shoppings administrados pela BRMalls. Uma edição única e o livro não é comercializado em nenhuma livraria do mundo.

Araguaia Shopping

O tema escolhido é Aldeia do Papai Noel, com a casa do Papai Noel e um trenzinho para as crianças. A expectativa é que o fluxo de pessoas aumente 100% em novembro e dezembro em relação aos outros meses porque o shopping é diferenciado: é o único do Centro-Oeste que possui um terminal rodoviário como âncora.

Banana Shopping

Natal da Paz. Este é o tema escolhido pelo shopping do Centro de Goiânia que utiliza elementos alusivos à paz. No centro de compras também foi lançada campanha para estimular a decoração de cada loja. A melhor delas será premiada com 50% de desconto na taxa de condomínio referente ao mês de dezembro.

Portal Shopping

O Encantado Jardim de Natal é o tema do shopping este ano, que atravessa fase de expansão. Aproveitando seus jardins naturais, o centro de compras espalhou enfeites e Papais Noéis em todos os espaços. A expectativa é de que as vendas aumentem 60% em relação ao mesmo período do ano passado.

Shopping Buena Vista

Sua decoração visa resgatar as tradições do Natal. Para chamar a atenção das crianças, ursos de pelúcia animatrônicos, uma grande árvore e o trono do Papai Noel foram montados no centro de compras. O shopping está otimista e espera um aumento nas vendas entre 25 e 30% em relação ao Natal de 2007.

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TROCAS MOTIVADAS E IMOTIVADAS DE PRODUTOS

Luciane Moreira Campos e Beatriz Boghi de Sá*

Com a proximidade do Natal e em outras datas comemorativas surge a expectativa de troca de presentes. Afinal, trocar presentes é possível ou depende da boa vontade do lojista?

É preciso diferenciar as duas modalidades de troca. A troca motivada de um produto seria aquela em que o bem adquirido possui um defeito ou vício. A troca imotivada seria aquela em que não há um defeito ou vício no produto, sendo a razão da troca a insatisfação, ou a não utilidade do produto para o consumidor.

O Código de Defesa do Consumidor (CDC) só obriga o fornecedor a trocar produtos com vício ou defeito, que são características que impedem ou dificultam o consumo; diminuem o valor; dentre outras. Trocas por esses vícios podem ocorrer dentro do prazo de garantia legal, que é de 90 dias, para produtos duráveis e 30 dias para produtos não-duráveis.

A única possibilidade prevista no Código do Consumidor de troca imotivada é a aquisição de produtos fora do estabelecimento comercial do fornecedor (internet, telefone, telemarketing, revista de pedidos, etc.), nos termos do artigo 40 do CDC. O Código prevê esta possibilidade, pois pressupõe que o consumidor não teve condições reais de analisar o produto que estava adquirindo. Pretendendo exercer o direito de arrependimento, o consumidor terá o prazo de 7 (sete) dias, contados a partir do recebimento do produto, para informar ao fornecedor, sendo-lhe devolvido o valor pago, atualizado monetariamente.

Não existe a obrigatoriedade legal do fornecedor de trocar presentes ou produtos não correspondentes ao tamanho ou ao gosto do consumidor. Neste caso, a troca dependerá de o lojista assumir um compromisso com o cliente, ficando a seu critério a possibilidade ou não de troca, assim como o prazo para determinada troca. O ideal seria que o estabelecimento comercial informasse as possibilidades e prazos de troca de mercadorias afixadas em local visível para que o consumidor tome conhecimento desde o momento da compra.

Portanto, a troca imotivada de produtos somente ocorre por opção do fornecedor, não sendo este obrigado a efetuá-la sempre, mas apenas nos casos de vendas realizadas fora do estabelecimento comercial.

Luciane e Beatriz são advogadas da Consultoria Jurídica da CDL Goiânia.

Contatos:
consultoria.juridica@cdlgoiania.com.br
e telefones (62) 3216-3867 e 3216-3886

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